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Produção textual na alfabetização: teoria e fundamentos

Introdução 
produção textual


Produzir um texto significa agir por meio da linguagem dentro de um contexto social. Toda fala ou escrita nasce de uma intenção e de uma necessidade de diálogo com o outro.

O sujeito se expressa porque quer partilhar uma experiência, questionar uma realidade ou transformar um modo de ver o mundo.

Produzir um texto é dizer algo a alguém, com um propósito, em uma situação real de comunicação. A comunicação, nesse sentido, é um ato de presença e de poder simbólico.

Quando a escola valoriza a produção de textos reais, ligados à vida dos alunos, permite que eles se reconheçam como autores e participantes da sociedade. Assim, escrever e falar se tornam formas de existir e de intervir no mundo.

A língua não é apenas um instrumento técnico de comunicação, mas uma forma de ação social. Por meio dela, o sujeito constrói sua identidade, compartilha saberes e se posiciona diante das situações da vida.

A escrita e a oralidade, quando vistas como práticas dialógicas, tornam-se espaços de reflexão e transformação.

O aluno não apenas aprende a escrever, mas aprende a pensar com o outro, a negociar sentidos e a compreender diferentes perspectivas.O texto nasce do diálogo entre sujeitos que se compreendem, discordam, questionam e se transformam.

Escrita de textos na alfabetização
Escrever é planejar o que dizer, como dizer e para quem dizer

Ao contrário da fala, a escrita permite ao sujeito organizar o pensamento antes de se expressar. Planejar o texto é refletir sobre o tema, o propósito e o público, buscando coerência entre a intenção e a forma de dizer.

Esse processo exige reflexão crítica e disciplina intelectual. Revisar, reescrever e aperfeiçoar o texto são gestos que desenvolvem o pensamento autônomo e responsável, fortalecendo a consciência do escritor sobre o poder da linguagem.

Compreender quem vai ler ou ouvir um texto é o ponto de partida de qualquer ato comunicativo. O interlocutor define o tom, o vocabulário e até a estrutura do discurso. Escrever para alguém é reconhecer que o sentido se constrói na relação.

Na escola, estimular o aluno a pensar em seu leitor é despertar sua consciência crítica e empática. É convidá-lo a sair de si, a compreender o outro e a produzir sentidos que dialoguem com diferentes realidades e visões de mundo.

Nenhuma fala é neutra: cada palavra é escolhida conforme a situação, o ambiente e a relação entre os sujeitos. O contexto dá sentido ao que é dito e influencia as intenções, os gestos e até o tom da voz. É ele que transforma o simples ato de falar em um processo de construção de significados.

Escrever é um processo contínuo de pensar e repensar ideias. Revisar o texto não é sinal de erro, mas de amadurecimento do pensamento e da linguagem. Cada retorno ao texto representa uma nova oportunidade de aprimorar a clareza e a coerência do que se deseja comunicar.


produção textual
Produção textual na alfabetização


Ensinar a produzir textos é ensinar a pensar no outro — leitor ou ouvinte — como parte do processo.A produção textual só ganha sentido quando o aluno compreende que escreve para alguém.

O leitor é presença constante, mesmo quando ausente, e é a ele que o autor dirige sua intenção comunicativa. Essa consciência desperta a empatia e a responsabilidade com a própria escrita.

No trabalho pedagógico, considerar o outro como interlocutor amplia o horizonte da aprendizagem. O estudante passa a escrever com propósito, com desejo de ser compreendido e de provocar reflexão, transformando o ato de escrever em um verdadeiro diálogo social.

Projetos de escrita permitem que o texto deixe de ser uma tarefa escolar e passe a ter função social. Quando o aluno escreve para divulgar, informar, convidar ou homenagear, ele compreende o verdadeiro sentido da linguagem: comunicar-se com o mundo.

A seguir, apresento algumas propostas pedagógicas de acordo com as  Diretrizes da BNCC para produção textual — 1.º e 2.º ano. Alguns pontos centrais da BNCC e de documentos correlatos que orientam o ensino da produção textual nos anos iniciais:
  • O eixo de Produção de Textos nas competências de Língua Portuguesa considera textos orais e escritos como práticas de linguagem, envolvendo autoria, interlocução e circulação de textos.

  • Nos anos iniciais, espera-se que os alunos participem de produção de gêneros simples do campo da vida cotidiana (avisos, convites, listas, recados), bem como de gêneros literários mais breves (versos, parlendas, poemas) ou narrativos curtos. 
  • As habilidades da BNCC para o 1.º e 2.º ano incluem:
    • Planejar e produzir, com ajuda do professor ou em colaboração com colegas, gêneros como recados, convites, listas, receitas, instruções, recontos, poemas e textos versificados.                                                                                                              • Utilizar conhecimentos ortográficos básicos: segmentação de palavras, uso correto de pontuação simples (ponto, interrogação, exclamação), uso de letras maiúsculas no início de frases e em nomes próprios. 

• Na produção de textos, considerar a situação comunicativa, o tema, o gênero, a estrutura do texto e a audiência/leitor previstos.

  • No 2.º ano, espera-se que os textos produzidos comecem a apresentar certa autonomia para registros de observações, relatos simples, contos ou narrativas curtas, sempre levando em conta o contexto comunicativo.

  • Nos primeiros anos, o professor deve favorecer produções espontâneas e fluentes, sem que o rigor formal (ortografia, correção) seja o foco central de cobrança imediata.

Essas diretrizes indicam que, na alfabetização, o foco não é apenas “corrigir erros”, mas tornar o aluno autor de textos que façam sentido para ele, que dialoguem com sua vida e suas experiências. 

Para que o aluno se sinta autor e adquira autonomia diante da escrita de textos, é fundamental que o professor realize intervenções intencionais durante o processo de escrita, esclarecendo dúvidas, orientando escolhas linguísticas e ajudando o aluno a refletir sobre a forma e o conteúdo de seu texto. 

As  mediações feitas pelo professor  não têm caráter punitivo, mas formativo: permitem que a criança compreenda o funcionamento da língua e desenvolva, pouco a pouco, autonomia na produção textual.

De acordo com o Glossário Ceale (UFMG), “o texto é resultado de um processo em que os sujeitos interagem através da linguagem.” Essa definição amplia a compreensão do texto para além de um simples produto escrito: ele passa a ser visto como fruto de uma ação comunicativa entre pessoas, carregada de intenções, sentidos e propósitos sociais.

O texto, portanto, não existe isoladamente — ele ganha vida na relação entre quem escreve e quem lê, entre quem fala e quem escuta.

Na alfabetização, essa perspectiva é fundamental, pois orienta o professor a compreender que ensinar a produzir textos não é apenas ensinar regras gramaticais, mas criar situações reais de interação, nas quais o aluno possa expressar suas ideias, compreender o outro e usar a linguagem para agir no mundo. Assim, o texto se torna um espaço de construção de sentidos, de autoria e de aprendizagem significativa.

Conclusão – A escrita como forma de ação

A produção textual é uma forma de inserção no mundo. Escrever e falar são atos de expressão, mas também de transformação, pois permitem que o sujeito manifeste suas ideias, vivências e visão crítica da realidade.

Quando a escola compreende a escrita como prática social e política, transforma o texto em ferramenta de protagonismo e liberdade.

Compreender a escrita como prática social implica também repensar o modo como ela é ensinada, valorizando a escuta, a autoria e o diálogo.

Atividades para desenvolver conhecimentos ortográficos básicos- 1


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Atividades para desenvolver conhecimentos ortográficos básicos- 1produção textual


Veja também: TEORIA E PRÁTICA - DIA NACIONAL DA  ALFABETIZAÇÃO



Referência bibliográfica 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 13 out. 2025.
SOARES, Magda; MORAIS, Artur Gomes de; BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi. Contribuições do Ceale para a alfabetização na BNCC. Belo Horizonte: UFMG, 2020.





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