TEORIA
O plano de aula ajuda o professor a
se organizar, estruturando o conteúdo de forma lógica e sequencial. Ele fornece
um roteiro para o professor seguir durante a aula.
No plano de aula especificam-se os
objetivos de aprendizagem que se deseja alcançar, as estratégias de ensino e a
abordagem que será feita aos alunos.
Um plano de aula deve contemplar as
áreas do conhecimento de acordo com a Base Nacional Comum Curricular.
A Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) é um documento normativo que estabelece os conhecimentos, competências e
habilidades essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo de sua
escolaridade básica no Brasil.
A seguir os componentes curriculares
do Ensino Fundamental 1 que, normalmente, o professor da educação básica
ministra os conteúdos:. Língua Portuguesa, Arte, Matemática, Ciências, Geografia e História.
O plano de aula é uma rota de
trabalho, que garante o avanço na aprendizagem, o desenvolvimento da
inteligência emocional, gestão eficiente da sala de aula, assim como
melhor administração do tempo.
De acordo com o plano de aula estabelecido, elabora-se as sequências didáticas, as atividades sistemáticas com registros ou jogos, seleciona-se as tarefas de casa, bem como seleciona-se a ferramenta de avaliação.
1 - ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AULA
O plano de aula deve conter a identificação geral, os objetivos, conteúdos, metodologias, abordagens, avaliação, intervenções, disposição das mesas entre outras observações de acordo com a turma.
1.1 -Metodologia
As metodologias ativas de aprendizagem representam
uma estratégia educacional que se fundamenta em atividades de instrução, as
quais buscam envolver os alunos de maneira a fazê-los assumir um papel central
na construção de seu próprio conhecimento.
Existem diversas metodologias ativas de aprendizagem, cada uma com abordagens específicas para envolver os alunos no processo de ensino-aprendizagem. abaixo algumas metodologias ativas para serem aplicadas no Ensino Fundamental 1:
1. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) - Os alunos abordam problemas do mundo real, trabalhando em grupos para identificar soluções e aplicar conceitos aprendidos.
2. Estudo de Casos - Análise aprofundada de situações ou problemas específicos, permitindo que os alunos apliquem teorias e conceitos à resolução de questões práticas.
3. Aprendizagem Cooperativa - Colaboração entre os alunos, que trabalham em equipe para alcançar objetivos comuns, promovendo a troca de conhecimentos e habilidades.
4. Sala de Aula Invertida - Os alunos estudam o conteúdo em casa e as atividades práticas são realizadas em sala de aula, proporcionando discussões e esclarecimento de dúvidas.
5. Gamificação - Integração de elementos de jogos para tornar o processo de aprendizagem mais envolvente e motivador.
6. Simulações e Role-playing - Uso de simulações e representações de papéis para proporcionar experiências práticas e imersivas.
7. Instrução entre Pares (Debates) - Estímulo à discussão entre os alunos, promovendo a troca de ideias e a resolução conjunta de desafios.
8.
Rotação por estações - A sala de aula é organizada em diferentes
"estações", nas quais os alunos se deslocam para cumprir diversas
etapas relacionadas ao plano de aula.
A escolha da metodologia dependerá dos objetivos, do perfil dos alunos e das metas educacionais estabelecidas pelo professor. O uso dessas abordagens visa tornar o aprendizado mais dinâmico e participativo.
1.2 - Aprendizagem
Existem várias teorias da aprendizagem que buscam explicar como as pessoas adquirem conhecimento e desenvolvem habilidades. Algumas das teorias mais influentes incluem:
●
Comportamentalista (Behaviorismo): A
aprendizagem é vista como uma mudança observável no comportamento resultante de
estímulos externos.
●
Cognitivista: A aprendizagem é vista como uma
aquisição de conhecimento e compreensão.
●
Construtivista: A aprendizagem e o conhecimento
são construídos ativamente pelo aprendiz. O aluno é visto como um participante
ativo na construção do próprio entendimento, conectando novas informações às
experiências anteriores.
●
Processamento da informação: A aprendizagem é
um processo de modificação da estrutura(s) cognitiva(s) em função da
incorporação, processamento e armazenamento da informação.
● Teoria Humanista (Carl Rogers, Maslow): A teoria humanista enfoca o papel da motivação, autodeterminação e autorregulação na aprendizagem. Destaca a importância da aprendizagem centrada no aluno.
Essas
teorias oferecem perspectivas distintas sobre como as pessoas aprendem, e muitas
vezes, as abordagens educacionais incorporam elementos de várias dessas teorias
para atender à diversidade de estilos e contextos de aprendizagem.
Entender
esses mecanismos ajuda a explorar as nuances do comportamento humano e a
desenvolver estratégias eficazes no campo da psicologia e da educação
1.3 - Estilos De Aprendizagem
Os estilos de aprendizagem referem-se às
preferências individuais e características pessoais que influenciam a maneira
como as pessoas absorvem, processam e retêm informações.
De
acordo Schmitt e
Domingues (2016, p.364) com na sala de aula, observamos uma diversidade
de modalidades de aprendizagem, que englobam as preferências dos estudantes em
relação à percepção, retenção, processamento e organização do conhecimento.
Diversos
modelos foram propostos para descrever os estilos de aprendizagem, e é
importante observar que os estilos de aprendizagem são conceitos teóricos e
simplificações, e não categorias rígidas.
O
modelo VARK (Visual, Auditivo, Leitura/Escrita, Cinestésico) é um sistema de
classificação de estilos de aprendizagem proposto por Neil Fleming. Para
Fleming (2001) o ser humano tem quatro canais de aprendizado.
Fleming
sugere que as pessoas têm preferências distintas quando se trata de
receber informações, e essas preferências podem ser agrupadas em quatro
categorias principais.
● Visual:
Preferência por aprender através de imagens, gráficos e diagramas.
● Auditivo:
Preferência por informações apresentadas oralmente, como palestras e
discussões.
●
Leitura/Escrita:
Preferência por processar informações por meio da leitura e da escrita.
● Cinestésico:
Preferência por aprender através de atividades práticas e experiências táteis.
O modelo VARK é uma simplificação para ajudar a compreender diferentes
abordagens de ensino, sendo assim as estratégias de ensino devem ser adaptadas
às tarefas específicas em vez de se concentrar nos estilos de aprendizagem
individuais.
A
necessidade de aperfeiçoar e de tomar mais eficiente o processo educacional
torna o conhecimento dos estilos de aprendizagem um fator importante para
auxiliar no aprimoramento do ensino. (SCHMITT & DOMINGUES, 2016, p.361)
Muitos
educadores e pesquisadores questionam a eficácia dos modelos de estilos de
aprendizagem.
As diferentes maneiras e preferências em
aprender são estudadas por pesquisadores no mundo inteiro, os quais já
verificaram que esse conhecimento pode trazer benefícios ao trabalho
educacional. (SCHMITT & DOMINGUES, 2016, p.362)
A compreensão das preferências individuais pode enriquecer a abordagem pedagógica, desde que seja usada como um complemento, não como uma regra rígida.
1.4 - Avaliação
A
avaliação desempenha um papel fundamental na sala de aula, onde auxilia
educadores a ajustarem suas abordagens para atender às necessidades dos alunos,
ou no ambiente de trabalho, orienta a
gestão de desempenho e o desenvolvimento de habilidades, a avaliação é uma
peça-chave na busca por resultados eficazes e significativos.
Avaliação
Diagnóstica:
● Objetivo:
Identificar o nível de conhecimento ou habilidade de um aluno antes de iniciar
um curso ou programa.
● Exemplos:
Testes, questionários, entrevistas.
Avaliação
Formativa:
● Objetivo:
Monitorar o progresso durante o processo de aprendizagem.
● Exemplos
Feedback contínuo, atividades práticas, discussões em sala de aula.
Avaliação
Somativa:
● Objetivo:
Avaliar o desempenho ao final de um período de aprendizado.
● Exemplos:
Exames finais, projetos finais, apresentações.
Avaliação
Normativa:
● Objetivo:
Comparar o desempenho de um indivíduo em relação aos demais membros de um
grupo.
●
Exemplos: Testes padronizados, classificações.
1.4 – Recreação
A
recreação desempenha um papel significativo na educação, contribuindo para o
desenvolvimento integral das crianças.
A
brincadeira oferece às crianças uma ampla estrutura básica para mudanças das
necessidades e tomada de consciência: ações na esfera imaginativa, criação das
intenções voluntárias, formação de planos da vida real, motivações intrínsecas
e oportunidade de interação com o outro, que, sem dúvida contribuirão para o
seu desenvolvimento. (QUEIROZ,
2006. P.178)
Atividades
recreativas promovem o desenvolvimento motor e a saúde física. Brincadeiras e
jogos ajudam as crianças a aprimorar suas habilidades motoras, coordenação e
resistência física.
A recreação
proporciona oportunidades para as crianças interagirem umas com as outras, os
estudantes aprendem a trabalhar em equipe, a resolver conflitos e a desenvolver
habilidades sociais importantes. As crianças aprendem a lidar com emoções, a
expressar-se e a desenvolver a empatia ao interagir com os outros durante o
jogo.
Estudos
mostraram que a recreação adequada pode melhorar o desempenho acadêmico. De
acordo com Queiroz (2006,
p. 169) a brincadeira está colocada como um dos
princípios fundamentais, defendida como um direito, uma forma particular de
expressão, pensamento, interação e comunicação entre as crianças.
As
pausas recreativas entre as atividades de aprendizado
ajudam a manter a concentração e o foco, melhorando a eficácia do processo de
aprendizagem.
O
sucesso em atividades recreativas pode aumentar a autoestima das crianças. Ao
enfrentar desafios e alcançar metas durante o jogo, os estudantes ganham
confiança em suas habilidades. Os jogos
e atividades recreativas que têm regras ensinam as crianças sobre a importância
das normas, regras sociais, limites, respeito e cooperação. Esses valores são fundamentais para a
formação de cidadãos éticos e responsáveis
Queiroz (2006, p. 178), salienta que
é preciso que os professores compreendam a importância da brincadeira para o
desenvolvimento infantil.
Planejar e inserir atividades recreativas em ambientes educacionais cria um ambiente mais equilibrado e enriquecedor para o aprendizado.
2 - PLANO DE AULA - ALFABETIZAÇÃO
Alfabetização refere-se ao processo
de aprendizado e desenvolvimento das habilidades necessárias para ler e
escrever. Este processo envolve a aquisição do conhecimento do alfabeto,
compreensão dos sons das letras (fonemas), e a capacidade de combinar esses
sons para formar palavras.
Etimologicamente,
o termo alfabetização quer dizer levar a aquisição do alfabeto, ensinar as
habilidades de ler e escrever, processos de aquisição do código escrito, das
habilidades de leitura escrita. (SIMONETTI, 2007, p. 17)
Conforme a BNCC o ensino da Língua
Portuguesa define a linguagem como um
processo que acontece mediante a interação, então a expressão linguística é
vista como práticas sociais, com metas e propósitos, sendo assim, destaca a
importância do texto como unidade de
ensino, enfatizando a necessidade constante de levar em conta a função
social dos textos empregados. os textos
(conto, crônica, entrevista, notícia, tirinha, receita etc, chats, tuítes,
posts, e-zines fotos, pinturas, ilustrações, infográficos, desenho, vídeos,
filmes áudios, música) devem garantir o multiletramento, utilizando textos
clássicos, novos textos e ambientes digitais
A BNCC ainda fundamenta-se dando ênfase ao reconhecimento
de que a apropriação do sistema
alfabético de escrita possui particularidades, e posiciona-a como ponto central da ação pedagógica nos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Ao
elaborar um plano de aula de acordo com a BNCC deve-se considerar a
importância do texto e das práticas sociais de leitura e escrita,
acrescentando atividades que envolvem a reflexão
dos alunos sobre o sistema alfabético
alinhada ao construtivismo e ao
desenvolvimento da consciência
fonológica e as hipóteses de escrita.
Atividades como: o conhecimento das letras,
estudar as relações entre sons e letras, investigar a composição de
palavras em termos de quantidade e quais letras são usadas, compreender a
organização das sílabas, função textual dos textos.
Simonetti (2007, p.19 )fundamenta
ainda que tanto Arthur Gomes de Moraes como Magda Soares argumentam que a
criança precisa desenvolver habilidades de análise fonológica, reconhecendo os
segmentos sonoros das palavras como reflexão metalinguística a criança precisa
se apropriar do sistema alfabético.
De acordo com a BNCC o ensino da
matemática deve promover o letramento matemático proporcionando
atividades (habilidades e competências
para representar, raciocinar, comunicar e argumentar criticamente, com base nos
conhecimentos da matemática), atividades que priorizam o uso do raciocínio
lógico de maneira concreta para resolver problemas do cotidiano.
Em Ciências a proposta da BNCC visa
garantir o acesso a uma variedade de
conhecimentos científicos acumulados ao longo da história, incluindo a
capacidade de ler, compreender e interpretar artigos e textos científicos,
proporcionando acesso a procedimentos e atitudes de investigação e debate sobre
fatos e ideias de processos, práticas e procedimentos envolvidos na pesquisa
científica. O objetivo é que a promoção
do letramento científico ocorra
durante todo o Ensino Fundamental.
Quanto ao ensino de História, a BNCC enfatiza que o ensino deve traçar paralelos entre os fatos históricos e a realidade,
com conteúdos significativos e relacionados aos desafios, preocupações ou
situações presentes, possibilitando aos alunos o desenvolvimento das
habilidades de relacionar o que
aconteceu no passado com o presente,
aprimorando maneiras de pensar historicamente.
Um dos importantes objetivos de História no Ensino Fundamental é estimular a autonomia de
pensamento, abordando os processos de identificação, comparação,
contextualização, interpretação e análise. esses processos deverão ser
aplicados em diferentes fontes e tipos de documento (escritos, iconográficos,
materiais, imateriais) registros e vestígios (objetos, mobiliário, instrumentos
de trabalho, música etc.)
De acordo com a BNCC o ensino da
Geografia deve oportunizar a compreensão
do mundo em que se vive desenvolvendo o
raciocínio geográfico que é
uma maneira de exercitar o pensamento espacial.
A grande contribuição da Geografia
aos alunos da Educação Básica é desenvolver o pensamento espacial, estimulando
o raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente
transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza. (Brasil,
2018 )
Para tanto, é necessário assegurar a
apropriação de conceitos para o domínio do conhecimento fatual (com destaque
para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no
espaço) e para o exercício da cidadania.(Brasil, 2018 )
No Ensino Fundamental, o componente
curricular Arte está centrado nas seguintes linguagens: as Artes visuais, a
Dança, a Música e o Teatro. (Brasil,2018)
A BNCC propõe que a abordagem das
linguagens articule seis dimensões
do conhecimento: criação, crítica, estesia, expressão, fruição, reflexão.
Resumindo, o componente de Arte no Ensino Fundamental integra expressões culturais provenientes de diferentes tempos e lugares, abrangendo tanto o ambiente artístico dos alunos quanto às criações artísticas e culturais contemporâneas a eles.
PRÁTICA
Em consonância com a teoria exposta
acima, um plano de aula deve contemplar
as áreas do conhecimento do Ensino Fundamental 1: Língua Portuguesa, Arte,
Matemática, Ciências, Geografia e História.
O plano também deverá considerar o
desenvolvimento de competências e habilidades para garantir o ensino de acordo
com a BNCC, proporcionando o protagonismo e a autonomia do aluno.
Sabe-se que as turmas são diferentes,
os alunos e o currículo de cada escola apresentam suas especificidades , sendo
assim o plano de aula deve ser elaborado para atender a sua turma.
É necessário considerar os estilos de
aprendizagem, as teorias de aprendizagem, o tipo de avaliação e momentos
recreativos para complementar e a elaboração do plano de aula.
As atividades e momentos elaborados também deverão ponderar as características gerais do desenvolvimento da criança.
Clique nos links e baixe modelos de planos de aulas para serem preenchidos de acordo com a demanda da sua turma.
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BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#introducao .Acesso em 22 de janeiro 2023
FLEMING, N. D. Teaching and learning styles: VARK strategies. Christchurch, New Zealand: N. D. Fleming, 2001.
QUEIROZ, N. L. N. DE .; MACIEL, D. A.; BRANCO, A. U.. Brincadeira e desenvolvimento infantil: um olhar sociocultural construtivista. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 16, n. 34, p. 169–179, maio 2006.
SIMONETTI, Amalia [ et al.]. O desafio de alfabetizar e letrar; Fortaleza: Editora IMEPH, 2007
SCHMITT, C. DA S.; DOMINGUES, M. J. C. DE S.. Estilos de
aprendizagem: um estudo comparativo. Avaliação: Revista da Avaliação da
Educação Superior (Campinas), v. 21, n. 2, p. 361–386, jul. 2016.
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