INTRODUÇÃO
O acolhimento
pode promover um ambiente educacional saudável e inclusivo. Ele vai além de
simplesmente receber os alunos; trata-se de criar um espaço onde todos se
sintam respeitados, ouvidos e valorizados.
O acolhimento
favorece o desenvolvimento integral, ajudando os alunos a construir relações de
confiança e pertencimento na escola.
Além disso, ele
contribui diretamente para a criação de um clima escolar positivo, que estimula
a aprendizagem e o bem-estar emocional.
Da mesma forma que o
acolhimento beneficia os alunos, ele é igualmente importante para as famílias.
Quando a escola
acolhe os responsáveis de maneira calorosa e respeitosa, estabelece uma relação
de parceria e confiança, essencial para o sucesso do processo educacional.
Esse acolhimento deve
ser feito com empatia, sem julgamentos, criando espaços de diálogo onde os pais
possam compartilhar dúvidas, preocupações e sugestões.
Assim, a escola não
apenas fortalece os laços com as famílias, mas também contribui para um
acompanhamento mais efetivo do desenvolvimento dos estudantes, promovendo um
ambiente de cooperação e engajamento mútuo.
A escola desempenha o
papel de socializar o conhecimento sistematizado, transmitindo tanto o saber
formal quanto a cultura erudita, enquanto a família assume a responsabilidade
inicial de moldar as interações do indivíduo com o mundo, influenciando sua
percepção a partir do contexto social em que está inserido.
A escola é a
instituição que tem como função a socialização do saber sistematizado, ou seja,
do conhecimento elaborado e da cultura erudita. (OLIVEIRA & MARINHO-ARAÚJO,
2010, p. 101)
Como primeira
instituição educacional na vida do ser humano, a família impacta na
forma como o indivíduo interage com o mundo, influenciada diretamente pela
posição social em que está inserida.
A família é
considerada a primeira agência educacional do ser humano e é responsável,
principalmente, pela forma com que o sujeito se relaciona com o mundo, a partir
de sua localização na estrutura social. (OLIVEIRA & MARINHO-ARAÚJO, 2010,
p. 100)
Nesse contexto, o acolhimento
das famílias e o estabelecimento de regras claras são fundamentais
para criar uma parceria produtiva entre a escola e a comunidade.
Escola e família têm suas
especificidades e suas complementariedades. (OLIVEIRA & MARINHO-ARAÚJO,
2010, p. 101)
Este artigo explora a
relevância desses elementos (acolhimento e regras) e como eles contribuem para
um ambiente educacional mais colaborativo e eficaz.
O ACOLHIMENTO COMO PONTO DE PARTIDA
O acolhimento das
famílias no início do ano letivo é muito mais do que uma simples
formalidade.
A despeito das
situações-problema que permeiam a relação família-escola, acredita-se que a
iniciativa de construir uma relação harmoniosa entre as duas instituições deve
ser de responsabilidade da escola e de seus profissionais, que têm uma formação
específica. (OLIVEIRA & MARINHO-ARAÚJO, 2010, p. 107)
Trata-se de um
processo que visa estabelecer laços de confiança e proximidade entre os
educadores e os responsáveis pelos alunos. Um acolhimento bem
estruturado pode incluir:
· Reuniões de boas-vindas: Momentos destinados
a apresentar a equipe escolar, a infraestrutura e as metas pedagógicas para o
ano.
· Espaço para escuta: Proporcionar às
famílias a oportunidade de expressar suas expectativas, preocupações e
sugestões.
· Materiais informativos: Fornecer um guia com informações
essenciais sobre a rotina escolar, calendário acadêmico e canais de
comunicação.
Ao criar esse espaço
de acolhimento, a escola demonstra abertura e interesse em compreender as
necessidades de cada família, contribuindo para um relacionamento mais positivo
e engajado.
Práticas de
integração família-escola elevaram as notas, as habilidades e a frequência
escolar dos alunos. ( COLLI & LUNA, 2019, p. 2)
No entanto, os
critérios para essa interação não devem estar limitados exclusivamente à
orientação dos pais sobre o processo de educar seus filhos, conforme tem sido
frequentemente enfatizado pela escola.
Contudo, os
parâmetros para esta relação não devem se basear, apenas, na função de orientar
os pais sobre como ensinar seus filhos, como tem preconizado a escola.
(OLIVEIRA & MARINHO-ARAÚJO, 2010, p. 107)
Por isso, é
imprescindível que a relação entre família e escola seja baseada no diálogo e
na construção conjunta de soluções.
Essa abordagem
permite reconhecer e valorizar as especificidades culturais e sociais de cada
família, promovendo um ambiente mais inclusivo e colaborativo.
A troca de
experiências fortalece a confiança mútua e favorece a formação de uma rede de
apoio que beneficia diretamente o desenvolvimento integral dos alunos.
O PAPEL DAS REGRAS NO AMBIENTE ESCOLAR
As regras são
instrumentos indispensáveis para garantir a organização e a convivência
harmônica no ambiente escolar.
Quando compartilhadas
de forma transparente com as famílias, elas ganham um caráter pedagógico,
ajudando na:
·Definição dos propósitos: Regras claras
evitam ambiguidades e estabelecem um padrão comportamental para alunos e
responsáveis.
·Promoção da responsabilidade: Ao compreenderem as
normas, as famílias podem reforçá-las em casa, criando uma rede de apoio para
os alunos.
·Prevenção de conflitos: A clareza das regras minimiza
mal-entendidos e facilita a resolução de problemas.
A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) defende uma educação que reconheça o aluno como sujeito de
direitos, e isso implica a valorização da atuação das famílias como um elo
importante para o sucesso da aprendizagem.
Mais do que simples
normas de convivência, as regras na escola são fundamentais para o
desenvolvimento de valores como responsabilidade, respeito e cooperação.
O cumprimento das
regras contribui para a construção de um ambiente educacional mais disciplinado,
onde o foco principal pode ser o ensino e a aprendizagem, beneficiando a
formação integral dos estudantes.
ESTRATÉGIAS PARA O
ESTABELECIMENTO DE REGRAS
Para que as regras
sejam eficazes, é importante que sejam elaboradas e comunicadas de maneira
acessível e participativa. Algumas estratégias incluem:
· Participação das famílias: Envolver os
responsáveis na elaboração ou validação das regras cria senso de pertencimento
e compromisso.
· Linguagem clara: As normas devem ser
apresentadas de forma simples e objetiva, para que sejam facilmente
compreendidas.
· Reforço contínuo: Periodicamente, lembrar as famílias das regras e
ajustá-las, se necessário, fortalece o comprometimento de todos.
Mais importante do
que incentivar práticas de integração família-escola, temos que garantir que
estas sejam pensadas e orquestradas levando em conta as capacidades e
realidades vividas pelas famílias brasileiras. ( COLLI & LUNA, 2019, p. 7)
A LDB também menciona
que é responsabilidade dos pais ou responsáveis acompanhar o desempenho dos
estudantes, contribuindo para seu desenvolvimento integral.
Ao seguir e
compreender a importância das regras, os alunos aprendem a lidar com a
coletividade e a reconhecer as consequências de suas ações, habilidades
essenciais para a vida em sociedade.
As regras estabelecem
limites claros, garantindo que alunos, professores e funcionários saibam quais
comportamentos são esperados em diferentes situações.
Dessa forma, as
regras contribuem para a criação de um ambiente seguro, respeitoso e
propício à aprendizagem, onde todos podem exercer seus direitos e cumprir seus
deveres de maneira justa.
BENEFÍCIOS DE UMA PARCERIA COLABORATIVA
Quando acolhimento
e regras caminham juntos, os resultados são percebidos em diferentes áreas
do contexto escolar:
· Engajamento das famílias: Pais e responsáveis
se sentem mais confiantes e dispostos a participar ativamente da vida escolar.
· Melhoria no comportamento dos alunos: Regras consistentes
e reforçadas por todos os envolvidos promovem uma convivência mais saudável.
· Resultados acadêmicos positivos: Um ambiente organizado e colaborativo
favorece o aprendizado e o desenvolvimento integral dos alunos.
Entre as instituições
que se responsabilizam pelo processo educativo do ser humano tem-se a família
e a escola. (OLIVEIRA & MARINHO-ARAÚJO, 2010, p. 107)
É de extrema
importância que a escola também reconheça as dificuldades vividas pela família.
( COLLI & LUNA, 2019, p. 2) Para isso, é fundamental estabelecer um canal
de comunicação aberto e empático, que permita à escola entender as demandas e
limitações específicas de cada núcleo familiar.
Essa sensibilidade
não apenas fortalece a parceria entre família e escola, mas também cria
um ambiente mais acolhedor e propício para o desenvolvimento integral dos
alunos.
A parceria entre a escola
e a família é fundamental para o desenvolvimento integral dos alunos.
De acordo com a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seu artigo 12, a educação
deve ser promovida em colaboração com a sociedade e a família, com o objetivo
de garantir o pleno desenvolvimento do aluno e acompanhar seu desempenho escolar
(BRASIL, 1996).
Essa colaboração se
reflete em um ambiente mais favorável ao aprendizado, onde as famílias
participam ativamente do processo educacional.
A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) também reconhece a importância dessa parceria ao ressaltar que
a educação deve envolver não apenas a escola, mas também a comunidade e a
família, com o intuito de promover uma educação integral (BRASIL, 2017).
A BNCC destaca
que, para o sucesso da aprendizagem, é fundamental que a escola e a família
trabalhem de forma conjunta, criando condições para que o aluno se desenvolva
plenamente, tanto no aspecto cognitivo quanto nas suas competências socioemocionais.
CONCLUSÃO
O acolhimento das
famílias e o estabelecimento de regras são fatores que contribuem
para um ano letivo produtivo e colaborativo.
Ao investir nessas
práticas, as escolas não apenas fortalecem a relação com a comunidade, mas
também criam condições para que cada aluno alcance seu pleno potencial.
Participar das
reuniões é uma prática essencial para o desenvolvimento da proficiência do
aluno; no entanto, a escola não deve transformá-las em uma forma de pressão que
cause constrangimento aos pais.
Ir às reuniões é uma
prática importante para ajudar na proficiência do aluno: entretanto, a escola
não pode fazer dela um mecanismo de cobrança que envergonhe os pais. (COLLI
& LUNA, 2019, p. 7)
A reunião de pais
precisa ser vista como uma oportunidade de colaboração, onde todos se
sentem acolhidos e engajados no processo educacional, com o objetivo de
proporcionar o melhor para o desenvolvimento do aluno.
Tanto a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) quanto a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) destacam a parceria entre escola e família como essencial
para o desenvolvimento pleno dos alunos, reconhecendo que a colaboração entre
esses dois ambientes é um fator para o sucesso educacional.
Portanto, que esse
compromisso de acolhimento às famílias e a elaboração de regras sejam renovados
a cada ano, como uma ponte para o sucesso coletivo.
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MENSAGEM PARA OS PAIS - A IMPORTÂNCIADO SEU PAPEL
MENSAGEM PARA OS PAIS - JUNTOS SOMOSMAIS FORTES
Material de apoio para a reunião de
pais - Mensagem de encorajamento aos pais
Material de apoio para a reunião de
pais - Mensagem - orientação aos pais
Material de apoio para a reunião de pais - Mensagem -escola e família
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BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Ministério da Educação, 2017.
BRASIL. Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 20 dez. 1996.
COLLI, D. R.; LUNA,
S. V. DE . Práticas de integração Família-Escola como Preditoras do
Desempenho Escolar de Alunos. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 39, p.
e186361, 2019.
OLIVEIRA, C. B. E.
DE.; MARINHO-ARAÚJO, C. M.. A relação família-escola: intersecções e
desafios. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 27, n. 1, p. 99–108, jan.
2010.
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