INTRODUÇÃO: RECOMEÇAR
As férias escolares marcam um período de
descanso e descontração tanto para alunos quanto para professores.
As férias
escolares estão previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), Lei nº 9.394/1996. O artigo 23 da LDB estabelece a flexibilidade na
organização dos calendários escolares, desde que seja cumprida a carga horária
mínima de 800 horas distribuídas em pelo menos 200 dias letivos por ano,
excluído o tempo reservado para os exames finais, quando houver.
Nesse contexto, as
férias escolares não são regulamentadas de forma fixa pela LDB, mas devem ser
planejadas pelas redes de ensino e instituições escolares, respeitando as
normas gerais e o calendário estabelecido por cada sistema de ensino, como
secretarias estaduais e municipais de educação.
No entanto, o retorno às aulas é um momento que traz
uma mistura de sentimentos, expectativas e desafios.
Essa transição
envolve mais do que apenas reorganizar as rotinas e requer habilidades
emocionais e organizacionais de todos os envolvidos.
A EMOÇÃO DO RETORNO: EXPECTATIVAS E ANSEIOS
Para os alunos, o
retorno às aulas pode ser um misto de ansiedade e entusiasmo. Reencontrar
amigos, conhecer novos professores e iniciar ou retomar projetos são aspectos
que geralmente despertam entusiasmo.
Por outro lado, o
enfrentamento de desafios acadêmicos e a adaptação à rotina escolar podem gerar
inseguranças.
Entre os
professores, o sentimento também é multifacetado. Existe a satisfação de
retomar o papel de mediadores do conhecimento e de contribuir para o
desenvolvimento dos alunos.
Contudo, essa
alegria vem acompanhada de preocupações com o planejamento das aulas, o
engajamento dos estudantes e a conciliação entre teoria e prática no processo
pedagógico.
O PROFESSOR E O RETORNO DAS FÉRIAS: SENTIMENTOS E REFLEXÃO
Para os
professores, o retorno das férias é um momento de readaptação e reflexão. Além
de reencontrar os alunos, há a oportunidade de renovar planos de aula e
incorporar novas estratégias pedagógicas.
Sentimentos de
entusiasmo pelo reencontro e pelo início de novas possibilidades são comuns,
mas também podem surgir preocupações com a gestão de tempo, o planejamento de
conteúdos e o engajamento da turma.
Algumas práticas
podem ajudar os professores a retomarem a rotina com energia e organização,
como planejar encontros com a equipe para alinhar objetivos, criar dinâmicas
que fortaleçam os laços com os alunos e revisar materiais didáticos são passos
importantes para um retorno mais tranquilo e produtivo.
Além disso,
reservar momentos para autocuidado e reflexão pessoal ajuda a manter a
motivação e a empatia necessárias para um bom desempenho.
A seguir três atividades,
que auxiliam na retomada da rotina de trabalho de forma agradável e com novas
perspectivas:
1. Planejamento Semanal de Reintegração
Objetivo:
Reduzir a sensação de sobrecarga ao retomar as tarefas e criar um ritmo
confortável para voltar à rotina.
Como Fazer:
- No primeiro dia, organize uma lista de
prioridades para a semana, separando tarefas urgentes das que podem ser
realizadas posteriormente.
- Estabeleça metas realistas e distribua as
responsabilidades ao longo dos dias, evitando tentar resolver tudo de uma
vez.
- Reserve um momento diário para revisar e
ajustar o plano, celebrando cada progresso feito.
2. Reconexão com a Equipe e Ambiente de Trabalho
Objetivo: Facilitar a readaptação ao ambiente de trabalho e
fortalecer vínculos interpessoais.
Como Fazer:
- Dedique um tempo para conversar com colegas
sobre as novidades e mudanças ocorridas durante sua ausência.
- Participe de reuniões ou momentos informais
para compartilhar experiências das férias, criando uma interação leve e
positiva.
- Use essas interações para atualizar-se sobre os
projetos em andamento, o que ajudará a se sentir novamente integrado.
3. Sessão de Autocuidado e Reorganização Pessoal
Objetivo:
Retomar a rotina com equilíbrio
emocional e físico, promovendo bem-estar no ambiente de trabalho.
Como Fazer:
- Antes de iniciar a jornada, pratique um breve
momento de autocuidado, como alongamento, meditação ou exercícios
respiratórios, para começar o dia com energia positiva.
- Organize o espaço de trabalho, eliminando
itens desnecessários e criando um ambiente funcional e agradável.
- Inclua pequenas pausas durante o dia para
relaxar, beber água ou caminhar, ajudando na readaptação ao ritmo de
trabalho.
Essas atividades
visam facilitar o retorno gradual à rotina, promovendo organização,
socialização e bem-estar, bem como auxiliam o trabalhador a retornar à rotina
de trabalho após as férias de maneira produtiva e tranquila.
RETORNO ÀS AULAS: MOTIVAÇÃO
O retorno às aulas é também um momento
propício para trabalhar a motivação dos estudantes. Os sentimentos envolvidos,
como a expectativa por reencontros, o entusiasmo por novidades e a ansiedade
frente aos desafios, podem ser canalizados de maneira positiva com o apoio da
educação socioemocional.
Promover um
ambiente acolhedor que estimula habilidades como empatia, colaboração e
autorregulação emocional são fundamentais para fortalecer os vínculos e
preparar todos para um ano letivo produtivo.
Atividades que
promovem a troca de experiências entre os alunos fortalecem os laços sociais e
contribuem para a construção de uma comunidade escolar mais colaborativa e
inclusiva. Essas práticas não apenas favorecem o aprendizado acadêmico, mas
também o desenvolvimento socioemocional de todos os envolvidos.
Abaixo três atividades práticas para
incentivar a expressão de sentimentos e reforçar o senso de pertencimento no retorno
às aulas:
1.
Mural das Emoções
Objetivo: Criar um espaço visual e colaborativo onde alunos e
professores possam expressar como estão se sentindo ao retornar às aulas.
Como Fazer:
- Disponibilize um quadro ou mural
na sala de aula.
- Ofereça papéis coloridos em
formato de corações, estrelas ou emojis.
- Peça aos participantes que
escrevam (ou desenhem) como se sentem no primeiro dia de aula (alegria,
ansiedade, curiosidade, etc.).
- Incentive a leitura compartilhada
de algumas mensagens (de forma voluntária) para gerar empatia entre os
participantes.
2. Linha do Tempo das Férias
Objetivo: Permitir que alunos e professores compartilhem momentos
marcantes das férias, fortalecendo vínculos e promovendo interações.
Como Fazer:
- Divida a turma em pequenos grupos
e forneça papéis grandes ou cartolinas.
- Cada grupo criará uma “linha do
tempo” com os principais eventos das férias (passeios, aprendizados,
desafios).
- Use desenhos, palavras ou imagens
para ilustrar.
- No final, os grupos apresentam
suas linhas do tempo e discutem semelhanças e diferenças entre suas
experiências, destacando conexões e criando um sentimento de
pertencimento.
3.
Caixa do Pertencimento
Objetivo: Promover a valorização individual e coletiva, destacando
o papel de cada membro na turma.
Como Fazer:
- Prepare uma caixa decorada e peça
que cada aluno escreva em um papel algo que ele admira em um colega ou no
grupo como um todo.
- A caixa pode ser aberta ao longo
da semana, com leitura de algumas mensagens por dia, criando momentos de
valorização e união.
- Encerre a atividade com uma
reflexão sobre a importância de cada um na construção de um ambiente
acolhedor e colaborativo.
Essas atividades são simples, mas podem criar
um impacto significativo na integração
do grupo e no fortalecimento das
relações interpessoais.
"Clique nos links e baixe as
atividades em PDF para começar o seu recomeço com mais inspiração!"
1- Atividade que reforça o senso de pertencimento - Mural das emoções
2- Atividade que reforça o senso de pertencimento -Linha do Tempo das Férias
3 - Atividade que reforça o senso de pertencimento- Caixa do Pertencimento
EMPATIA: CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS
O retorno
às aulas pode despertar uma variedade de sentimentos intensos, como
ansiedade, medo e insegurança.
Esses
sentimentos são naturais diante de novos desafios e da necessidade de
readaptação à rotina escolar. É essencial que tanto alunos quanto professores
desenvolvam formas saudáveis de lidar com essas emoções.
A empatia é uma habilidade importante nas
relações humanas, caracterizada por uma resposta que combina componentes
cognitivos e afetivos. Segundo Sampaio (2013), a empatia possibilita aos
indivíduos acessarem os estados internos de outras pessoas — como pensamentos e
emoções — e experimentarem respostas afetivas congruentes com essas percepções.
A empatia nesse contexto ajuda a criar um
ambiente acolhedor e compreensivo.
A empatia refere-se a
um tipo de resposta com componentes cognitivos e afetivos que permite aos seres
humanos acessar os estados internos (cognições e afetos) de seus pares, ao
mesmo tempo em que experimentam respostas afetivas congruentes com as
informações obtidas a respeito do outro. (SAMPAIO, 2013, p. 393)
Essa capacidade é
fundamental para a construção de vínculos e para a criação de ambientes de
convivência mais harmoniosos, onde o respeito e a compreensão mútua predominam.
No contexto
educacional, a prática da empatia pelos professores tem um impacto
significativo no bem-estar e no desenvolvimento dos alunos. Quando os
professores demonstram empatia, ajudam os estudantes a se sentirem valorizados
e seguros, criando um ambiente escolar acolhedor e motivador.
CONCLUSÃO: UM NOVO COMEÇO
O retorno às aulas é mais do que uma
retomada de atividades acadêmicas; é um momento de recomeço e reconstrução de
laços. Tanto para professores quanto para alunos, esse período simboliza a
esperança de um ano letivo produtivo e enriquecedor.
Atividades que
incentivem a expressão de sentimentos e que reforcem o senso de pertencimento
podem fazer toda a diferença nesse recomeço.
Com planejamento,
empatia e dedicação, é possível transformar os desafios do retorno em
oportunidades para fortalecer a parcerias, promovendo uma experiência
educacional significativa e prazerosa para todos os envolvidos.
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tem dicas, unindo teoria e prática para aplicar na sua sala de aula.
BIBLIOGRAFIA
Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.
Acesso em: 20 jan. 2025.
SAMPAIO, L. R. et al.. Sentimentos empáticos em crianças,
adolescentes e adultos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 29, n. 4, p. 393–401,
out. 2013.
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