A Importância da Leitura e Interpretação - alfabetização e letramento.

Introdução

A Importância da Leitura e Interpretação - alfabetização e letramento.

A leitura e a interpretação de textos constituem práticas importantes no processo de alfabetização e letramento.

Segundo Kleiman (1995, apud Guedes-Pinto; Gomes; Silva, 2006), o letramento deve ser compreendido como um fenômeno social, constituído por práticas nas quais a escrita está inserida de maneira significativa no cotidiano dos sujeitos, promovendo interação, participação e construção de sentidos no contexto social em que vivem.

Desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, os estudantes devem ser incentivados a desenvolver habilidades que os ajudem a compreender, analisar e interagir com os diversos gêneros textuais presentes no cotidiano.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta que as práticas de leitura devem ir além da decodificação de palavras, sendo orientadas pela compreensão de sentidos explícitos e implícitos nos textos. Entre as habilidades previstas, destaca-se a capacidade de localizar informações explícitas, o que representa um passo inicial essencial para a formação do leitor competente.

Essa habilidade está presente em diversos componentes curriculares, especialmente em Língua Portuguesa, e é tratada com ênfase nos anos iniciais do Ensino Fundamental, quando os alunos estão em pleno processo de alfabetização.

A Importância da Leitura e Interpretação - alfabetização e letramento.

A leitura literal, segundo o Dicionário de Alfabetização do CEALE, é a base para a leitura interpretativa e crítica, pois é a partir dela que o leitor constrói os primeiros sentidos do texto.

De acordo com a afirmação de  Rojo e Almeida (2012), “a leitura é entendida como uma prática social que envolve a interação entre o leitor, o texto e o contexto, sendo fundamental para a participação ativa na sociedade”.

Trabalhar com perguntas e atividades que demandem respostas explícitas favorece o desenvolvimento da atenção, da observação e da competência linguística dos estudantes.

Cabe ao educador selecionar textos  apropriados, propor questionamentos que estimulem a localização de informações objetivas e mediar o processo de construção de sentido, respeitando o estágio de aprendizagem de cada aluno.

A leitura com foco em respostas explícitas pode ser um momento rico para promover o diálogo com os alunos, explorar vocabulário, trabalhar inferências iniciais e desenvolver a autonomia leitora. Isso contribui para a formação de sujeitos leitores capazes de interagir com o mundo letrado.

Como afirmam Rojo e Almeida (2012), “a escola deve promover práticas de leitura que desenvolvam a capacidade dos alunos de interpretar e produzir textos em diferentes mídias e contextos, formando leitores críticos e autônomos”.

Educadores como Magda Soares e Emilia Ferreiro ressaltam a importância de oferecer práticas de leitura significativas desde os primeiros contatos com a linguagem escrita. Essas práticas devem estar inseridas em contextos reais de uso da língua, o que garante não apenas a apropriação do código, mas também o entendimento de sua função social.

Ao interpretar textos, mesmo nos níveis mais básicos de compreensão, os estudantes passam a perceber a leitura como uma ferramenta para acessar informações, aprender novos conteúdos e participar da vida em sociedade.

Assim, a leitura e a interpretação de texto com ênfase nas respostas explícitas fornecem os alicerces para que o aluno possa, gradualmente, avançar para níveis mais complexos de leitura, incluindo a inferência, análise crítica e avaliação de textos.

Leitura e Interpretação de Texto com Foco em Respostas Explícitas

A BNCC propõe, nos campos de atuação da linguagem, que os alunos sejam capazes de "identificar informações explícitas em textos" desde o 1º ano do Ensino Fundamental.

Essa habilidade está presente, por exemplo, no código EF15LP02, que prevê que o aluno localize e compreenda informações expressas em textos verbais e não verbais. A competência da compreensão textual deve ser trabalhada de forma contínua, progressiva e contextualizada.

O Dicionário de Alfabetização do CEALE define leitura como uma atividade interativa e estratégica, na qual o leitor constrói significados a partir do texto, de seus conhecimentos prévios e das pistas linguísticas disponíveis.

No caso das respostas explícitas, o leitor deve mobilizar estratégias como escaneamento e releitura para encontrar elementos objetivamente expressos.

Essa prática contribui para consolidar o processo de alfabetização, pois exige atenção aos detalhes textuais e compreensão literal.

A atividade de leitura com foco em respostas explícitas pode ser desenvolvida por meio de diferentes estratégias didáticas. Por exemplo, o professor pode utilizar histórias infantis, textos informativos, poemas ou quadrinhos e, a partir deles, propor questões objetivas: "Qual o nome da personagem principal?", "Onde se passa a história?", "O que aconteceu no final?". Essas perguntas ajudam a desenvolver a atenção do aluno ao conteúdo textual e sua habilidade de localizar informações relevantes.

Além disso, o trabalho com textos deve respeitar a diversidade linguística e cultural dos alunos, trazendo materiais que dialoguem com suas vivências. Rojo e Almeida (2012) apontam que “a proposta dos multiletramentos implica a ampliação das práticas pedagógicas de leitura e escrita, incorporando as múltiplas linguagens e semioses que circulam na sociedade contemporânea”. Assim, mesmo as perguntas mais simples, que exigem apenas respostas explícitas, ganham uma dimensão pedagógica mais rica e formativa.

A Importância da Leitura e Interpretação - alfabetização e letramento.

Quando o aluno se vê representado no texto, a leitura se torna mais significativa e envolvente. Assim, mesmo as perguntas mais simples, que exigem apenas respostas explícitas, ganham uma dimensão pedagógica mais rica e formativa.

O uso de imagens, gráficos, legendas e outros elementos não verbais também é um recurso eficaz nesse processo.

Como apontam Magda Soares e outros estudiosos, o letramento acontece na interação entre o sujeito e os usos sociais da linguagem. Por isso, é fundamental que as práticas de leitura, mesmo em seu nível mais básico, estejam inseridas em contextos reais, dialógicos e motivadores. Isso fortalece o vínculo do aluno com o texto e com o conhecimento.

“Letramento é definido como um conjunto de práticas sociais nas quais um sujeito ou grupo de sujeitos se engaja e em que a escrita é parte integrante” (KLEIMAN, 1995, apud GUEDES-PINTO, GOMES e SILVA, 2006, p. 68).

Ao fortalecer a habilidade de leitura e interpretação nos anos iniciais, a escola cria as condições para que o aluno avance para leituras interpretativas, críticas e reflexivas nos anos seguintes.

Essa progressão é essencial para que o estudante se torne um leitor competente e autônomo, capaz de utilizar a leitura como instrumento de aprendizagem e transformação social.

A Importância da Leitura e Interpretação - alfabetização e letramento.

Conclusão

Considerando o contexto da BNCC e os aportes teóricos sobre alfabetização, fica evidente que a leitura e a interpretação de textos, com foco em respostas explícitas, são atividades fundamentais no processo de desenvolvimento da competência leitora.

Elas ajudam a consolidar a base da compreensão textual, permitindo que o aluno se aproprie do conteúdo e construa sentidos a partir daquilo que está diretamente expresso.

Essa prática é especialmente importante nos anos iniciais, quando os estudantes estão formando suas primeiras relações com o texto escrito.

Ao trabalhar com questões de respostas explícitas, o professor contribui para o desenvolvimento da autonomia leitora e do pensamento crítico. Embora pareçam simples, essas atividades exigem do aluno a habilidade de localizar, compreender e reorganizar informações do texto, promovendo uma leitura ativa e estratégica.

Esse tipo de trabalho está diretamente ligado às diretrizes da BNCC, que orienta uma prática pedagógica intencional, sistemática e progressiva.

Além disso, o envolvimento dos alunos em situações significativas de leitura amplia suas experiências linguísticas e culturais.

A leitura com foco em respostas explícitas deve ser compreendida como parte de um processo maior, que integra diferentes níveis de compreensão e múltiplos gêneros textuais.

Ao dominar a habilidade de leitura e compreensão, o estudante está mais bem preparado para desafios mais complexos da vida escolar e social. Dessa forma, a escola cumpre seu papel de formar leitores  críticos, participativos e conscientes do seu papel no mundo.


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Bibliografia

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

CEALE – Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita. Dicionário de Alfabetização. Belo Horizonte: UFMG, 2021.

KLEIMAN, Angela B.; MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Letramento e formação do professor: práticas discursivas, representações e construção do saber. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2005. 271 p. (Coleção Ideias sobre Linguagem). Resenha publicada em: Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 6, n. 1, p. 169–172, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-4017-06-01-10. Acesso em: 12 abr. 2025.

ROJO, Roxane; ALMEIDA, Eduardo de Moura (Orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2004.

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