Avaliação diagnóstica
A avaliação diagnóstica é um recurso fundamental no processo educativo, pois permite identificar os conhecimentos prévios dos estudantes, bem como suas dificuldades e potencialidades.
De acordo com o Dicionário
Ceale, a avaliação diagnóstica tem a finalidade de levantar informações sobre
os conhecimentos dos alunos antes do início de um processo de
ensino-aprendizagem, possibilitando a adequação das estratégias pedagógicas.
Dessa forma, ela não deve
ter caráter punitivo, mas sim orientador, auxiliando professores na construção
de um planejamento mais eficaz.
De acordo com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), a alfabetização deve ser trabalhada de forma sistemática e
baseada em evidências científicas que favoreçam o sucesso dos estudantes.
No contexto da
alfabetização, a avaliação diagnóstica é fundamental para identificar
habilidades já adquiridas e aspectos que necessitam ser desenvolvidos, como a
consciência fonológica.
A consciência fonológica é
uma habilidade que auxilia no desenvolvimento da leitura e da escrita.
A avaliação diagnóstica da consciência
fonológica irá identificar o nível de desenvolvimento das habilidades
fonológicas das crianças e planejar intervenções pedagógicas adequadas.
“Do ponto de vista
linguístico a atividade de leitura e escrita requer um conjunto de capacidades
fonológicas, sintáticas, semânticas e pragmáticas que também fazem parte da
linguagem oral. “ ( GODOY, 2008, p.117 ). Sendo necessário intervenções e
mediações do professor, possibilitando ao aluno meios e oportunidades de testar
e aprimorar o conhecimento adquirido sobre leitura e escrita.
E ainda conforme Godoy (
2008, p.117) habilidades de consciência fonêmica é uma ferramenta que diminuiu
as dificuldades das crianças de aprender a ler e escrever.
A compreensão dos dados
obtidos com a avaliação diagnóstica permite que a intervenção pedagógica seja
direcionada de forma mais precisa, favorecendo o desenvolvimento integral do
aluno.
Assim, a avaliação diagnóstica é indispensável para garantir um ensino eficaz e inclusivo.
Importância da Consciência Fonológica no Processo de Aprendizagem
A BNCC enfatiza a necessidade do desenvolvimento da oralidade, leitura e
escrita de forma integrada.
"A oralidade, a leitura e a escrita são práticas indissociáveis e
fundamentais para o desenvolvimento da proficiência linguística dos alunos,
exigindo ensino estruturado e progressivo."
(BNCC, p. 93)
Ainda de acordo com a BNCC, a alfabetização deve promover “experiências
que levem os estudantes a perceberem e manipularem segmentos sonoros da fala,
como sílabas e fonemas, associando-os às suas representações gráficas” (BNCC,
2017, p. 89).
Segundo a Base Nacional Comum Curricular, é fundamental que a
alfabetização esteja “ancorada no princípio do sistema de escrita alfabético e
no desenvolvimento das capacidades relacionadas à consciência fonológica”
(BNCC, 2017, p. 88).
A consciência fonológica,
que envolve a capacidade de reconhecer e manipular sons da fala, é um dos
preditores mais importantes para o sucesso na alfabetização. Ela abrange
aspectos como:
·
Consciência de palavras: identificação de
palavras dentro de uma frase;
·
Consciência silábica: percepção das sílabas
que compõem uma palavra;
·
Consciência intra-silábica: reconhecimento de
partes menores dentro da sílaba;
·
Consciência fonêmica: identificação e
manipulação dos fonemas dentro das palavras.
Algumas habilidades de consciência fonológica desempenham
um papel relevante no processo de alfabetização infantil. No entanto, o
desenvolvimento da consciência fonêmica, embora essencial, não deve ser
considerado como o único recurso capaz de assegurar que a criança adquira
plenamente a leitura e a escrita.
Essas habilidades são fundamentais para que a criança compreenda a
relação entre fala e escrita, facilitando a aquisição do sistema alfabético de
escrita. Conforme exposto na BNCC, “fica evidente que um ensino sistematizado e
baseado em evidências científicas contribui significativamente para o
desenvolvimento da leitura e da escrita” (BNCC, 2017, p. 91).
"A alfabetização deve garantir que os alunos compreendam o
funcionamento do sistema de escrita alfabética, desenvolvendo consciência
fonológica, reconhecimento e escrita de palavras, fluência de leitura e
compreensão textual." (BNCC, p. 88)
Sistema Alfabético de Escrita
O sistema alfabético de
escrita é um modelo de representação gráfica da linguagem em que cada símbolo
(letra) corresponde a um som (fonema).
Esse sistema possibilita a
codificação e decodificação das palavras, permitindo a leitura e a escrita de
maneira eficiente.
No português, a
alfabetização baseia-se na compreensão da relação entre fonemas e grafemas, o
que exige o desenvolvimento da consciência fonológica.
Sendo o alfabeto composto de
códigos gráficos, “aprender o alfabeto é
também aprender um código de fala”( CUNHA ; CAPELLI, 2011,p.87).
A aprendizagem do sistema
alfabético requer que a criança compreenda que as palavras são compostas por
unidades menores e que essas unidades podem ser manipuladas para formar novas
palavras.
“Aprender a ler requer
compreender o princípio alfabético para usar regras de correspondência
grafema-fonema para decodificar informações. ”(CUNHA ; CAPELLI,
2011,p.85).
A consolidação desse conhecimento é essencial
para que o aluno adquira fluência na leitura e segurança na escrita.
Cunha e Capelli (2011,p.86),
afirmam que para a compreensão do
sistema alfabético de escrita se realize é necessário que a criança desenvolva
a consciência de que a fala pode ser segmentada em unidades sonoras
De acordo com o Dicionário
Ceale, "o sistema de escrita alfabético é aquele em que cada unidade
gráfica (letra) representa um fonema da fala. Esse princípio norteia o processo
de alfabetização e exige que o aprendiz compreenda a relação entre fonemas e grafemas
para desenvolver a leitura e a escrita com autonomia".
Dicas Práticas para a Avaliação Diagnóstica da Consciência Fonológica
A avaliação diagnóstica deve
ser realizada de forma lúdica e diversificada, utilizando estratégias que
envolvam interações orais e atividades manipulativas. Algumas sugestões
incluem:
1.
Atividade de segmentação de palavras:
Pedir para a criança contar quantas palavras existem em uma frase curta.
2.
Atividade de segmentação silábica:
Solicitar que a criança bata palmas para cada sílaba de uma palavra dada.
3.
Atividade de rimas:
Apresentar duas palavras e perguntar se elas rimam ou não.
4.
Atividade de aliteração:
Mostrar uma lista de palavras e pedir que a criança identifique quais começam
com o mesmo som.
5.
Atividade de substituição fonêmica:
Pedir para a criança modificar um som da palavra para formar uma nova (exemplo:
trocar o /m/ de "mala" por /p/ formando "pala").
6.
Atividade de identificação de fonemas:
Perguntar qual é o primeiro ou último som de uma palavra.
7.
Ditado : Ditar
palavras para que a criança escreva, analisando aspectos como reconhecimento de
letras, relação fonema-grafema e segmentação correta.
8. O Ditado no Processo de Avaliação Diagnóstica
O ditado é uma estratégia
amplamente utilizada na avaliação diagnóstica das habilidades de escrita e
consciência fonológica.
O ditado de palavras é uma
estratégia eficaz para avaliar o nível de conhecimento das crianças em relação
à ortografia, permitindo identificar suas dificuldades e compreender seu
desenvolvimento no processo de escrita.
Além disso, permite ao professor observar
dificuldades específicas, como omissão ou troca de letras e dificuldades na
segmentação de palavras.
Segundo o Dicionário Ceale,
"o ditado não deve ser encarado apenas como um instrumento de correção de
erros, mas sim como um recurso para compreender as hipóteses de escrita do
aluno e planejar intervenções adequadas". Dessa forma, ao aplicar o
ditado, o professor pode analisar aspectos como:
·
Reconhecimento e uso correto das letras;
·
Relação entre fonemas e grafemas;
·
Estruturação das palavras e segmentação
correta;
·
Dificuldades na ortografia e na consciência
fonológica.
Para tornar o ditado mais
eficaz na avaliação diagnóstica, recomenda-se utilizá-lo de forma
contextualizada e diversificada, incluindo palavras do cotidiano do aluno,
frases simples e atividades complementares, como revisão coletiva e reflexão
sobre os erros.
De acordo com a Nova Escola, a atividade de ditado auxilia na identificação do nível de desenvolvimento do aluno em relação ao sistema alfabético e à correspondência entre fonemas e grafemas.
Para se avaliar o nível de
escrita do aluno “o ditado deve ser iniciado por uma palavra polissílaba,
seguida de uma trissílaba, de uma dissílaba e, por último, de uma monossílaba -
sem que o professor, ao ditar, marque a separação das sílabas” ( NOVA ESCOLA,
2009, mar.)
É importante ditar a palavra
normalmente e repetir umas ou duas vezes, caso necessário. ”
Conclusão
A avaliação diagnóstica da
consciência fonológica é um importante para identificar dificuldades e planejar
estratégias pedagógicas eficazes.
O uso de estratégias como o
ditado, atividades lúdicas e observação contínua auxilia na identificação das
dificuldades e potencialidades dos estudantes, tornando o ensino mais
direcionado e eficaz.
Com base na LDB e na BNCC, fica
evidente que um ensino sistematizado e baseado em evidências científicas
contribui significativamente para o desenvolvimento da leitura e da escrita.
A LDB, no Artigo 22, reforça que a educação
básica deve garantir a formação essencial para a cidadania e aprendizado
contínuo, enquanto o Artigo 29 destaca a importância do desenvolvimento
integral da criança.
A aplicação de atividades dinâmicas e
contextualizadas possibilita um aprendizado mais significativo e eficaz para os
estudantes.
A alfabetização deve seguindo
princípios científicos e metodologias comprovadas, possibilita que todas as
crianças desenvolvam as competências necessárias para leitura e escrita de
maneira eficaz.
Dessa
forma, ao planejar intervenções pedagógicas bem estruturadas, é possível
garantir um processo de alfabetização mais significativo, inclusivo e
eficiente.
"Clique no link e baixe as atividades de avaliação da consciência fonológica em PDF para você realizar com seus alunos.
ATIVIDADE - AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
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Bibliografia
BRASIL. Ministério da
Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BRASIL. Ministério de
Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.
CUNHA, Vera Lúcia Orlandi;
CAPELLINI, Simone Aparecida. Habilidades metalinguísticas no processo de
alfabetização de escolares com transtornos de aprendizagem. Rev.
psicopedag., São Paulo , v. 28, n. 85, p. 85-96,
2011 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862011000100009&lng=pt&nrm=iso>.
acessos em 02 mar. 2025.
NOVA ESCOLA,
Página.> Ensino Fundamental1 > Língua Portuguesa
> Alfabetização inicial Diagnóstico na alfabetização para conhecer a
nova turma .Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2489/diagnostico-na-alfabetizacao-para-conhecer-a-nova-turma Acesso em: 02 mar. 2025.
Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e
escrita para educadores. Belo Horizonte, 2014. Disponível em: < https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/
Acesso em: 01 mar. 2025.
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